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Direito do Trabalho

Atualizado 14/12/2023

Artigo 485 do CPC e a possibilidade de recurso: entenda os próximos passos

Carlos Stoever

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Artigo 485 do CPC e a possibilidade de recurso: entenda os próximos passos

O direito processual civil é uma área complexa do direito, repleta de regras e procedimentos que regem a forma como os litígios são resolvidos perante o Poder Judiciário. Um dos dispositivos mais importantes nesse contexto é o Artigo 485 do Código de Processo Civil (CPC), que trata da possibilidade de extinção do processo sem resolução de mérito. Neste artigo, vamos explorar em detalhes o Artigo 485 do CPC, entender as situações em que ele se aplica e analisar a possibilidade de recurso após sua aplicação.

Artigo 485 do CPC: o que diz a lei?

O Artigo 485 do CPC é claro em estabelecer as hipóteses em que o processo pode ser extinto sem que haja uma decisão de mérito. Vale lembrar que a resolução de mérito é o julgamento final da causa, que decide quem tem razão no litígio. Portanto, quando o processo é extinto sem resolução de mérito, significa que a questão central do caso não foi efetivamente julgada.

O referido artigo estabelece as seguintes situações em que o processo pode ser extinto:

  1. Ausência de pressupostos processuais ou condições da ação: Isso ocorre quando o processo é instaurado sem que estejam presentes os requisitos necessários para sua validade. Por exemplo, se alguém ingressa com uma ação sem ter legitimidade para isso, o juiz pode extinguir o processo.
  2. Abandono da causa: Quando o autor deixa de dar andamento ao processo por um determinado período, o juiz pode extinguir o processo por abandono da causa. Isso ocorre para evitar que processos fiquem parados indefinidamente.
  3. Ato atentatório à dignidade da justiça: Se uma das partes age de forma desleal, protelatória ou com o intuito de tumultuar o processo, o juiz pode extinguir o processo.
  4. Pedido contraposto: Caso o réu apresente um pedido contraposto, o juiz pode extinguir o processo se o autor não se manifestar sobre esse pedido.
  5. Litispendência: Quando há outro processo em curso entre as mesmas partes e com o mesmo objeto, o juiz pode extinguir o processo em que foi ajuizada a ação posterior.
  6. Coisa julgada: Se a causa já foi decidida por sentença de mérito em processo anterior, ocorre a coisa julgada, e o juiz pode extinguir o processo subsequente.
  7. Perempção: A perempção ocorre quando o autor deixa de dar andamento ao processo por três vezes. Nesse caso, o juiz pode extinguir o processo.
  8. Falta de interesse processual: Se o autor não tem interesse em dar continuidade ao processo, o juiz pode extinguir a ação.

Possibilidade de recurso após a extinção do processo

Após a extinção do processo com base no Artigo 485 do CPC, as partes envolvidas têm o direito de recorrer da decisão. No entanto, é importante entender que o recurso não visa a revisão do mérito da causa, uma vez que o processo foi extinto sem que esse mérito fosse analisado.

Os recursos nessa situação buscam, geralmente, questionar a aplicação correta da lei processual, a existência dos requisitos para a extinção do processo ou a legalidade do ato judicial que determinou a extinção.

Tipos de recurso aplicáveis

Os principais recursos que podem ser interpostos após a extinção do processo com base no Artigo 485 do CPC são:

  1. Apelação: A apelação é o recurso cabível contra a sentença que extingue o processo. As partes podem alegar erros na interpretação da lei processual ou na aplicação dos requisitos para a extinção.
  2. Agravo de Instrumento: Caso a extinção do processo seja decidida no curso de uma medida cautelar ou de urgência, as partes podem interpor o agravo de instrumento para questionar essa decisão.
  3. Embargos de Declaração: Se houver obscuridade, contradição, omissão ou erro material na decisão que extinguiu o processo, as partes podem utilizar os embargos de declaração para esclarecer ou corrigir esses pontos.
  4. Recurso Especial ou Extraordinário: Em casos excepcionais, em que a matéria tratada na decisão de extinção envolve questões de direito infraconstitucional (recurso especial) ou direito constitucional (recurso extraordinário), as partes podem recorrer aos tribunais superiores.

Importância da correta interposição de recursos

É fundamental que as partes e seus advogados estejam atentos à correta interposição dos recursos após a extinção do processo com base no Artigo 485 do CPC. Erros procedimentais podem levar à rejeição dos recursos, prejudicando os interesses das partes.

Além disso, a análise criteriosa das razões para a extinção do processo é fundamental, pois, em alguns casos, pode ser mais vantajoso para as partes buscar a reforma dessa decisão por meio de recursos, enquanto em outros casos pode ser mais adequado iniciar um novo processo ou buscar soluções alternativas.

Considerações finais

O Artigo 485 do CPC é uma ferramenta importante para a eficiência do sistema judiciário, pois permite a extinção de processos que não preencham os requisitos necessários ou que sejam movidos de forma desleal. No entanto, é crucial que as partes compreendam suas consequências e direitos após a extinção do processo.

A possibilidade de recurso após a extinção oferece às partes a oportunidade de questionar eventuais erros processuais ou abusos de direito, garantindo o devido processo legal. Portanto, é essencial contar com o acompanhamento de um advogado especializado para tomar as medidas adequadas em cada situação.

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Carlos Stoever

(Advogado Especialista em Direito Público)

Advogado. Especialista em Direito Público pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e MBA em Gestão de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas. Consultor de Empresas formado pela Fundação Getúlio Vargas. Palestrante na área de Licitações e Contratos Administrativos, em cursos abertos e in company. Consultor em Processos Licitatórios e na Gestão de Contratos Públicos.

@calos-stoever

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