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Direito do Trabalho

Atualizado 05/01/2024

Ônus da prova em casos de difamação e calúnia [guia completo]

Carlos Stoever

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Ônus da prova em casos de difamação e calúnia [guia completo]

Em processos judiciais envolvendo difamação e calúnia, o ônus da prova desempenha um papel crucial na determinação da culpabilidade ou inocência do réu. 

Esses crimes contra a honra podem causar danos significativos à reputação de uma pessoa e, portanto, é fundamental entender como a distribuição do ônus da prova funciona nesse contexto. 

Neste artigo, exploraremos como o ônus da prova é distribuído em casos de difamação e calúnia no Brasil, com base na legislação vigente e na jurisprudência.

Crimes de difamação e calúnia

Difamação e calúnia são crimes contra a honra tipificados no Código Penal Brasileiro. A difamação ocorre quando alguém imputa a outra pessoa um fato ofensivo à sua reputação, enquanto a calúnia ocorre quando se imputa a alguém a prática de um crime. Ambos os crimes podem resultar em ações judiciais, nas quais a parte acusadora deve provar a veracidade de suas alegações.

O ônus da prova na Legislação Brasileira

De acordo com a legislação brasileira, o ônus da prova em casos de difamação e calúnia recai sobre a parte acusadora, ou seja, a pessoa que alega ter sido vítima desses crimes. Isso está estabelecido no Artigo 156 do Código de Processo Penal:

“A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: (…) III – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida.”

Essa disposição legal estabelece que a parte acusadora deve apresentar as provas necessárias para sustentar suas alegações de difamação ou calúnia. Em outras palavras, cabe a quem acusa provar que as declarações foram difamatórias ou caluniosas e que não se baseiam em fatos verdadeiros.

O desafio da prova em casos de difamação e calúnia

Provar difamação e calúnia pode ser um desafio, uma vez que muitas vezes esses crimes envolvem declarações verbais, escritas ou publicadas online que podem não deixar rastros claros. No entanto, a jurisprudência brasileira tem estabelecido critérios para avaliar a veracidade das alegações em casos desse tipo.

Para comprovar a difamação, a parte acusadora deve demonstrar que as declarações proferidas foram difamatórias, ou seja, que prejudicam sua reputação. Além disso, deve ser provado que essas declarações não se baseiam em fatos verdadeiros ou que não estão protegidas por alguma forma de imunidade legal.

No caso da calúnia, a parte acusadora deve comprovar que as declarações imputaram a prática de um crime. Além disso, deve demonstrar que essas declarações são falsas e que não há fundamento para a acusação.

A importância da jurisprudência

A jurisprudência desempenha um papel fundamental na forma como os tribunais brasileiros lidam com o ônus da prova em casos de difamação e calúnia. As decisões judiciais anteriores em casos semelhantes estabelecem padrões e critérios que influenciam as futuras decisões.

Por exemplo, a jurisprudência pode definir o que constitui difamação ou calúnia, estabelecer os critérios para determinar a veracidade das alegações e fornecer orientações sobre como as provas devem ser apresentadas. Portanto, advogados e partes envolvidas em casos desse tipo devem estudar a jurisprudência relevante para compreender como os tribunais têm interpretado a lei.

A defesa em casos de difamação e calúnia

Na defesa contra acusações de difamação e calúnia, o réu pode apresentar evidências que apoiem suas alegações de que as declarações foram verdadeiras ou que estavam amparadas por alguma imunidade legal. No entanto, o ônus da prova continua a recair sobre a parte acusadora.

Além disso, em alguns casos, a defesa pode argumentar a ausência de dolo, ou seja, que o réu não agiu com a intenção de difamar ou caluniar a parte acusadora. Isso pode ser uma defesa válida em alguns casos, especialmente quando as declarações foram feitas de boa-fé e com base em informações disponíveis.

O ônus da prova desempenha um papel fundamental em casos de difamação e calúnia, estabelecendo que a parte acusadora deve apresentar as provas necessárias para sustentar suas alegações. De acordo com a legislação brasileira, cabe à parte que alega ter sido difamada ou caluniada provar a veracidade de suas acusações.

A jurisprudência e a interpretação dos tribunais são fundamentais para orientar a forma como o ônus da prova é distribuído e avaliado em casos de crimes contra a honra. Portanto, advogados e partes envolvidas em casos de difamação e calúnia devem estar cientes das decisões judiciais anteriores e das interpretações relevantes da lei.

Considerações finais

Se você está enfrentando uma situação de difamação ou calúnia, ou precisa de documentos jurídicos relacionados a crimes contra a honra, o JusDocs pode ser uma fonte valiosa de informações e recursos. 

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Carlos Stoever

(Advogado Especialista em Direito Público)

Advogado. Especialista em Direito Público pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e MBA em Gestão de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas. Consultor de Empresas formado pela Fundação Getúlio Vargas. Palestrante na área de Licitações e Contratos Administrativos, em cursos abertos e in company. Consultor em Processos Licitatórios e na Gestão de Contratos Públicos.

@calos-stoever

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