Utilizamos cookies para melhorar sua experiência. Ao clicar em ACEITAR, você concorda com nossa Política de Privacidade.

Direito do Trabalho

Atualizado 03/01/2024

Petição inicial em ações de reconhecimento de união estável

Carlos Stoever

3 min. de leitura

Compartilhe:

Petição inicial em ações de reconhecimento de união estável

A petição inicial em ações de reconhecimento de união estável é um passo fundamental no processo judicial que visa estabelecer legalmente a existência de uma convivência duradoura entre duas pessoas, com o intuito de assegurar direitos e deveres decorrentes desse vínculo. Este guia tem como objetivo fornecer orientações detalhadas e simplificadas sobre como elaborar uma petição inicial de qualidade, considerando as exigências do art. 319 do Código de Processo Civil (CPC) e os documentos necessários para dar início a esse tipo de ação.

Estrutura da petição inicial

O reconhecimento de união estável é um tema relevante no âmbito do direito de família no Brasil. A união estável é caracterizada pela convivência pública, contínua e duradoura entre duas pessoas, estabelecida com o objetivo de constituir uma família. Quando não há consenso ou prova documental que ateste a existência dessa união, é necessário recorrer ao Poder Judiciário para obter o reconhecimento legal.

A petição inicial é o primeiro passo no processo de reconhecimento de união estável. De acordo com o art. 319 do CPC, a petição inicial deve conter os seguintes elementos:

Qualificação das partes

A petição inicial deve começar com a qualificação completa das partes envolvidas na ação. Isso inclui o nome, estado civil, profissão, endereço, número de documentos pessoais (RG e CPF), entre outros dados relevantes. É essencial que as informações estejam precisas e atualizadas.

Exposição do fato e fundamentos jurídicos

Neste ponto, o autor da ação deve expor claramente os fatos que justificam o pedido de reconhecimento da união estável. É importante descrever detalhadamente como a convivência ocorreu, desde quando e quais as circunstâncias que a caracterizam como uma união estável. Além disso, é necessário citar os fundamentos legais que embasam o pedido, como a Constituição Federal, o Código Civil e a jurisprudência pertinente.

Pedido com as suas especificações

Na petição inicial, o autor deve fazer o pedido de reconhecimento da união estável de forma clara e precisa. É importante especificar quais os direitos e deveres decorrentes dessa união estão sendo pleiteados, como partilha de bens, pensão alimentícia, guarda de filhos, entre outros.

Valor da causa

O valor da causa deve ser indicado na petição inicial, determinando a quantia que está sendo pleiteada. No caso de reconhecimento de união estável, é comum que não haja um valor específico, pois os direitos envolvidos podem ser de natureza não patrimonial. Nesse caso, o autor deve informar que o valor é indeterminado.

Requerimento de provas

É importante solicitar ao juiz a produção de provas que sustentem o pedido de reconhecimento de união estável. Isso pode incluir a apresentação de documentos, testemunhas, perícias, entre outros meios de prova pertinentes ao caso.

Pedido de tutela de urgência

Caso haja urgência na concessão dos direitos pleiteados, o autor pode requerer a tutela de urgência na petição inicial. Isso significa que ele está solicitando ao juiz que tome medidas imediatas para proteger seus direitos, antes mesmo do julgamento final da ação.

Documentos necessários

Além dos elementos exigidos pelo art. 319 do CPC, é fundamental apresentar documentos que comprovem a existência da união estável. A falta de documentação pode dificultar o reconhecimento judicial. Os principais documentos a serem reunidos são:

1. Declaração de união estável

Uma declaração firmada pelas partes envolvidas, com reconhecimento de firma em cartório, atestando a convivência pública e duradoura com o objetivo de constituir família.

2. Testemunhas

A apresentação de testemunhas que possam confirmar a existência da união estável é crucial. Geralmente, duas ou três testemunhas são suficientes. Elas devem estar dispostas a depor em juízo, esclarecendo como e quando tomaram conhecimento da convivência do casal.

3. Documentos comprobatórios

Outros documentos que podem ser utilizados como prova da união estável incluem contas bancárias conjuntas, contas de luz e água em nome de ambos, declaração de imposto de renda conjunta, contrato de plano de saúde em conjunto, fotos e mensagens que demonstrem o relacionamento, entre outros.

É importante ressaltar que a ausência de documentos não impede o reconhecimento da união estável, desde que haja outros meios de prova que atestem sua existência.

Considerações finais

A elaboração da petição inicial em ações de reconhecimento de união estável exige cuidado e atenção aos detalhes. É essencial seguir rigorosamente as exigências do art. 319 do CPC, apresentar documentos que comprovem a convivência duradoura e, se necessário, requerer a tutela de urgência para proteger os direitos das partes envolvidas.

Lembre-se de que a assistência de um advogado especializado em direito de família é fundamental para garantir que a petição seja elaborada de forma correta e que todos os aspectos legais sejam considerados.

No JusDocs, você pode encontrar modelos de petições prontas elaboradas por advogados renomados na área de direito de família, incluindo ações de reconhecimento de união estável. Nossos documentos são constantemente atualizados com base na melhor doutrina e jurisprudência, economizando tempo de pesquisa e eliminando dúvidas sobre a peça ideal para cada momento do seu processo. Conte conosco para obter documentos jurídicos de qualidade e agilizar seus procedimentos legais.

Certifique-se de seguir todas as etapas e requisitos legais para garantir um processo judicial eficiente e justo.

Deseja aprofundar ainda mais sobre o Art. 319 do CPC? Confira nossos outros materiais sobre este assunto!

Saiba tudo sobre o Art. 319 do CPC neste guia completo do JusDocs

Art. 319 do CPC e a prova digital na petição inicial [guia completo]

Petição inicial em ações de inventário e partilha de bens

Art. 319 do CPC e o pedido de tutela antecipada [guia completo]

Art. 319 do CPC e a responsabilidade do advogado na elaboração da petição inicial

Foto de Carlos Stoever

Carlos Stoever

(Advogado Especialista em Direito Público)

Advogado. Especialista em Direito Público pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e MBA em Gestão de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas. Consultor de Empresas formado pela Fundação Getúlio Vargas. Palestrante na área de Licitações e Contratos Administrativos, em cursos abertos e in company. Consultor em Processos Licitatórios e na Gestão de Contratos Públicos.

@calos-stoever

Compartilhe:

Peças Recomendadas

Posts Recomendados